segunda-feira, 12 de julho de 2010

S.O.S PANTANAL
Justiça determina continuidade de criação do Parque Nacional da Serra da Bodoquena em MS. Mas, ação impetrada pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul, que pede nulidade do decreto de criação do parque, ainda não foi julgada. Mais de 80% da área ainda é ocupada por particulares.

A Justiça Federal de Campo Grande atendeu parcialmente pedido do Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul (MPF) e decidiu que a União tem o dever de tomar todas as medidas para a efetiva criação, implantação e gestão do Parque Nacional da Serra da Bodoquena (fotos) nas áreas já adquiridas e naquelas que vierem a ser adquiridas, podendo constituir o Conselho Consultivo que define a política administrativa do Parque. Segundo a decisão da Justiça, a aquisição, pela União, de novas áreas que integram os limites do parque e que ainda pertencem aos antigos proprietários poderá ser efetuada mediante desapropriação amigável, compra ou compensação ambiental.

Acontece que a ação impetrada pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), que pede nulidade do decreto de criação do parque, ainda não foi julgada. Os procuradores do MPF/MS argumentam que a decisão da Justiça, proferida no último dia 14 de junho, reforma parcialmente a liminar anterior concedida à Famasul, que impedia a formação do Conselho Consultivo do Parque. Com a decisão, foi mantida a ordem para que os órgãos ambientais continuem a apreciar projetos de exploração das propriedades rurais "sob o pretexto de que se trata de área do Parque Nacional da Serra da Bodoquena".

Ressaltando que esta questão ainda será objeto de apreciação pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região por conta do recurso interposto pelo MPF. No histórico do caso, os procuradores lembram que o Parque Nacional da Serra da Bodoquena foi criado por decreto presidencial em 21 de setembro de 2000, abrangendo áreas dos municípios de Bonito, Bodoquena, Miranda e Porto Murtinho. O parque preserva uma rara área de mata atlântica em pleno Centro-Oeste do País. Possui 76.481 hectares, sendo que 17%, ou pouco mais de 13 mil hectares, já foram adquiridos pela União. O restante da área ainda é ocupada por particulares.
Em março de 2006, a Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), ajuizou uma ação, cujo pedido principal é a declaração de caducidade do decreto que criou o parque.

Em se tratando de um país como o Brasil, em que, muitas vezes, a Justiça dos homens dá mostras de estar explicitamente a favor dos poderosos, é extremamente preocupante o risco de destruição que corre a maravilha da natureza que é essa deslumbrante região do Pantanal que ainda não virou uma paisagem monótona, feia e triste, com pastagens e um oceano de soja e cana a se perder de vista, destinados ao enriquecimento cada vez maior de fazendeiros e pecuaristas inescrupulosos, desprovidos de respeito à vida, interessados única e exclusivamente na satisfação de suas insanas ambições.

Que os homens e mulheres de bem deste país estejam

atentos e manifestem sua indignação contra isso!

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Lixo espacial pode destruir
comunicações na Terra

Concepção artística divulgada pela Agência Espacial Europeia (ESA) mostra como estaria a órbita terrestre em 2008. No centro da imagem está o polo norte. O lixo espacial e a Terra estão fora de proporção. Foto: ESA/Divulgação

Há tanto lixo espacial ao redor da Terra que qualquer colisão no espaço pode levar a uma reação em cadeia que destruiria satélites vitais, de acordo com um relatório do Pentágono apresentado ao Congresso dos Estados Unidos. Uma colisão entre dois satélites, por exemplo, poderia resultar em centenas de peças em movimento que poderiam atingir outros equipamentos, segundo informações do Daily Mail.
Um evento desse tipo seria tão desastroso que poderia afetar sinais de TV, a meteorologia, o sistema de navegação global e conexões de telefone internacionais, entre muitos outros serviços.
Estima-se que existam atualmente cerca de 3 mil satélites em órbita ao redor do planeta, mas o número de destroços desde o lançamento do Sputnik (há 53 anos) chegaria a dezenas de milhões, muitos resultantes de velhos foguetes, satélites abandonados e estilhaços de mísseis.
O relatório, enviado ao Congresso americano em março e ainda não divulgado publicamente, afirma que o espaço está "cada vez mais congestionado e disputado". Até a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) se viu obrigada a alterar sua rota para desviar do lixo espacial. No ano passado ocorreu um acidente relacionado ao assunto, quando uma sonda militar russa desativada atingiu um satélite americano de comunicações sobre a Sibéria, liberando cerca de 1.500 peças no espaço.

domingo, 11 de abril de 2010

ASTRONOMIA
Uma grande paixão, com algo de religião
Ontem, um amigo perguntou de onde vem minha paixão pela astronomia. Sei lá - respondi. Desde criancinha sinto uma grande atração pelos mistérios do universo, o que não é de se estranhar num bom escorpiano como eu :-)
Essa atração sempre teve para mim algo de religião. A idéia que tenho de Deus, Alá, Jeová ou como quiserem chamar, passa por ai. Como bem definiu o rabino David Wolpe, "A fé não é saber qual é o mistério do universo, mas sim a convicção de que existe um mistério e que ele é maior do que nós."
Concordo também, plenamente, com o físico e químico russo Ilya Prigogine, Prêmio Nobel de Química em 1977, quando ele diz: "Penso que estamos vivendo ainda na Pré-História do entendimento do universo."
Cresci ouvindo delirantes estórias e mais estórias sobre Marte, por exemplo, a começar pelos tais marcianos verdinhos com antenas na cabeça, a idéia de um planeta árido, vermelhamente hostil... Hoje, vendo as fotos da postagem a seguir, feitas por uma sofisticada câmera à bordo de uma nave da Nasa que orbita o planeta, fico imaginando o que não será revelado com os recursos tecnológicos que estarão disponíveis daqui 15, 20 anos - isso, claro, se a humanidade não se auto-destruir de vez até lá.
Como disse o grande astrônomo e biólogo norte-americano Carl Sagan, “Estamos irrevogavelmente em um caminho que nos levará às estrelas. A não ser que, por uma monstruosa capitulação ao egoísmo e à estupidez, acabemos nos destruindo.”

Andrômeda, galáxia vizinha da Via Lactea
(clique sobre a imagem para vê-la ampliada)


"Diante da vastidão do tempo e da imensidão do

universo, é um imenso prazer para mim compartilhar

um planeta e uma época com você." (Carl Sagan)

Observatório encontra monóxido
de carbono e metano em Tritão

Foto: ESO/Divulgação

De acordo com a primeira análise de infravermelho da atmosfera da lua de Netuno, Tritão (foto), o verão está em pleno andamento no hemisfério sul. A equipe do Observatório Europeu do Sul (ESO) usou o telescópio Very Large e descobriu monóxido de carbono e metano na atmosfera rarefeita de Tritão. Essas observações mostraram que essa atmosfera fina varia sazonalmente, condensando quando aquecida.
A temperatura média na superfície é de cerca de 235ºC, estando atualmente no verão no hemisfério sul, e no inverno no hemisfério norte. Dos 13 satélites de Netuno, Tritão é o maior, com 2,7 mil km de diâmetro (cerca de três quartos da Lua), sendo o sétimo maior satélite de todo o Sistema Solar.