sábado, 30 de janeiro de 2010

Se a humanidade pudesse se olhar daqui,
veria como são pequenas as suas divergências.
(Carl Sagan)

Toda vez que vejo esta fotografia da Terra vista da Lua, tirada pela Apollo 8 no dia 8 de dezembro de 1968, mostrando um planeta azul vibrante e acolhedor, lembro da frase acima, do querido Carl Sagan, um dos mais iluminados espíritos que por aqui passaram, e penso como, às vezes, precisamos nos afastar para reconhecer a beleza daquilo que está tão perto de nós.
(clique sobre a foto para vê-la ampliada - é linda!)

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Considero a vida humana como uma noite profunda e triste, que não se suportaria se, num ponto ou noutro, não rutilassem repentinos clarões, de uma luminosidade tão consoladora e maravilhosa que seus segundos podem apagar e justificar anos de escuridão. (Herman Hesse)

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

A vida é apenas uma visão momentânea das maravilhas deste assombroso universo, e é triste que tantos se desgastem sonhando com fantasias espirituais. (Carl Sagan)

Imagem captada pelo telescópio espacial Hubble
(clique sobre a foto para vê-la ampliada)
Somos todos viajantes de uma jornada cósmica - poeira de estrelas, girando e dançando nos torvelinhos e redemoinhos do infinito. A vida é eterna. Mas suas expressões são efêmeras, momentâneas, transitórias. (Deepak Chopra)
Nasa divulga imagem inédita
de dunas em cratera de Marte


(Foto: Nasa/Divulgação)

A agência espacial americana divulgou a imagem (foto) de dunas que se formaram dentro de uma cratera em Marte. A fotografia foi captada pela câmera High Resolution Imaging Science Experiment (HiRISE) da sonda espacial Mars Reconnaissance Orbiter em 28 de dezembro de 2009.
A Nasa informou que as dunas da imagem são lineares, provavelmente, devido a mudanças na direção do vento. Grandes rochas angulosas também podem ser vistas pelo chão entre as dunas.
A cratera em questão fica em uma extensa região chamada de Noachis Terra, próxima à área conhecida como Bacia de Impacto Hellas, no hemisfério sul do planeta vermelho.

Chance de encontrar ETs
é maior do que nunca,
diz astrônomo britânico


A ausência da evidência não significa evidência da ausência. (Carl Sagan)

As chances de se descobrir vida fora da Terra são maiores do que nunca, segundo afirma Martin Rees, o principal astrônomo britânico e presidente da Royal Society, a academia de ciências da Grã-Bretanha. A Royal Society organiza esta semana em Londres uma conferência com pesquisadores de várias partes do mundo para discutir as perspectivas de se encontrar formas de vida extraterrestres.
Segundo Rees, que em 1995 foi agraciado com o título de Astrônomo Real, uma descoberta como essa poderia representar um momento de mudança para a humanidade, alterando nossa visão de nós mesmos e de nosso lugar no cosmos.
Segundo informação divulgada pela BBC Brasil, cientistas de todo mundo vêm analisando sinais do espaço em busca de emissões de ondas sonoras feitas por seres inteligentes fora da Terra, mas tudo o que conseguiram captar até hoje foi estática.
Avanços - Para Rees, porém, o avanço tecnológico torna maior do que nunca a possibilidade de que essa busca se mostre frutífera. "A tecnologia avançou tanto que pela primeira vez nós podemos realmente ter a esperança realista de detectar planetas não maiores do que a Terra orbitando outras estrelas", diz Rees.
"Poderemos saber se eles têm continentes e oceanos, descobrir que tipo de atmosfera têm. Apesar de ser um longo passo para sermos capaz de descobrir sobre qualquer forma de vida nesses planetas, é um progresso tremendo ser capaz de ter algum tipo de imagem de outro planeta, semelhante à Terra, orbitando outra estrela", observa.
Segundo ele, o envio ao espaço de telescópios capazes de detectar planetas semelhantes à Terra no entorno de estrelas distantes agora torna possível concentrar mais os esforços de busca. "Se encontrássemos vida, mesmo a forma mais simples de vida, em outros lugares, isso seria claramente uma das maiores descobertas do século 21", diz Rees.
"Desconfio que pode haver vida e inteligência lá fora em formas que não podemos imaginar. E poderia, claro, haver formas de inteligência aquém da capacidade humana, mais avançada do que somos avançados em relação a um chimpanzé", afirma.

O que é mais assustador? A idéia de extraterrestres em mundos estranhos, ou a idéia de que, em todo este imenso universo, nós estamos sozinhos? (Carl Sagan)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

"Escuta, Zé Ninguém!"

Pensando sobre o assunto, resolvi compartilhar com você três breves trechos de um dos mais interessantes livros que já li até hoje: "Escuta, Zé Ninguém!", de Wilhelm Reich, psiquiatra austríaco-americano e psicanalista, um dos mais importantes nomes da história da psiquiatria, autor de vários livros notáveis como "Psicologia de Massa do Fascismo" e "Análise do Caráter", ambos publicados em 1933.

"Tu devoras a tua felicidade. Nunca foste capaz de a gozar com plenitude. É por isso que a devoras avidamente, sem sequer assumires a responsabilidade de a assegurares. Nunca te foi permitido aprenderes a cuidar das tuas alegrias, a alimentar a felicidade, como o jardineiro o faz com as suas flores, como o homem da terra com as suas colheitas."

"Eu conheço a facilidade com que diagnosticas de loucura toda a verdade que te desagrada, Zé Ninguém. E como te consideras o espécime acabado do homo normalis. Duma maneira ou de outra, condenas à reclusão os loucos, e são as pessoas normais que governam o mundo. A quem pedir contas, então, de toda essa miséria?"

"Viverás bem e em paz quando a vida significar para ti mais do que a segurança; o amor mais do que o dinheiro; a tua liberdade mais do que as linhas diretivas do partido ou a opinião pública; quando a tua forma de pensar estiver de acordo, e não, como hoje, em discordância, com a tua forma de sentir; quando finalmente a face humana do homem da rua puder expressar a alegria, a liberdade e a comunicação, não mais a tristeza e a miséria; quando os seres humanos não mais povoarem a terra com as suas ancas retraídas e rígidas e os seus órgãos sexuais enregelados."
Para ler (e copiar) "Escuta, Zé Ninguém!" na íntegra é só acessar o link http://www.culturabrasil.pro.br/zeninguem.htm
Fazes uma idéia, Zé Ninguém?

Fazes uma idéia, Zé Ninguém, de como se sentiria uma águia que estivesse a chocar ovos de galinha? De começo a águia julga que está a chocar apenas pequenas águias que virão a tomar volume idêntico ao seu. Mas o que acaba por sair são sempre frangos. Desesperada, a águia espera que os frangos ainda possam vir a ser águias. O tempo passa e o que finalmente surge são galinhas cacarejantes. Então, nasce na águia a tentação de comer frangos e galinhas de uma assentada, e apenas uma pequena réstia de esperança a impede de o fazer. A esperança de que um dia surja do bando de frangos uma pequena águia capaz de sondar a distância a partir dos píncaros, de detectar novos mundos, novas formas. de pensar e viver. E só esta esperança impede a triste e solitária águia de devorar os frangos e galinhas, que nem sequer se dão conta de que uma águia os sustenta e acolhe, que vivem num íngreme rochedo, bem acima dos vales perdidos. Nunca olharam para a distância como a águia solitária. Limitaram-se a engorgitar dia após dia o que a águia lhes trazia de alimento. Deixaram-se aquecer debaixo das suas asas poderosas sempre que chovia ou trovejava, enquanto ela suportava a tempestade sem qualquer proteção. Ou chegaram a atirar-lhe pedras pelas costas, nos piores dias. Quando deu por isso, o primeiro impulso foi desfazê-los, mas, pensando melhor, encheu-se de compaixão. Esperava ainda que algum dia haveria de surgir dos muitos frangos míopes e cacarejantes uma pequena águia capaz de a acompanhar.
Até hoje, a águia ainda não desistiu. De modo que continua a criar frangos. Tu não queres ser águia, Zé Ninguém, e é por isso que és comido pelos abutres. Tens medo das águias, e é por isso que vives em grandes bandos e és comido em grandes bandos. Porque algumas das tuas galinhas chocaram os ovos de abutre e os abutres foram então os teus chefes contra as águias, as águias que desejariam ter-te levado mais longe, mais alto. Abutres que te ensinaram a comer cadáveres e a contentar-te com alguns grãos de trigo, a berrar: “Viva, Viva, Abutre!”. E apesar das tuas privações e da tua condenação aos milhares, continuas a ter medo das águias que protegem os teus frangos.

Wilhelm Reich (“Escuta, Zé Ninguém!”)

domingo, 24 de janeiro de 2010

A TERRÍVEL DÚVIDA DAS APARÊNCIAS
Da terrível dúvida das aparências,
da incerteza afinal de que possamos estar iludidos,
de que talvez a confiança e a esperança não sejam afinal senão especulações,
de que talvez a identidade para além do túmulo seja apenas uma linda fábula,
de que talvez as coisas que observo, os animais, plantas, homens, colinas, águas brilhantes a fluir, o céu do dia e da noite, cores, densidades, formas, talvez tudo seja (como sem dúvida é) apenas aparições, e a coisa real ainda esteja por conhecer
(quão frequentemente se desligam de si mesmas como se para me confundir e zombar de mim!
quão frequentemente penso que não sei nem homem nenhum sabe nada a respeito delas),
talvez me parecendo aquilo que são (como sem dúvida parecem) no meu presente ponto de vista e podendo revelar-se depois (como naturalmente poderiam) como não sendo nada daquilo que parecem, ou nada enfim, a partir de pontos de vista totalmente diferentes; para mim essas e outras questões semelhantes são de algum modo respondidas pelos meus amantes, meus queridos amigos,
quando aquele que eu amo viaja comigo ou se senta segurando longamente minha mão,
quando o ar sutil, o impalpável, o sentido que as palavras e a razão não detêm, nos cercam e nos perpassam,
então me sinto invadir por uma sabedoria indizível, inaudita, e fico em silêncio, e não me falta mais nada,
não posso resolver a questão das aparências ou a da identidade para além do túmulo,
mas caminho ou me sento, indiferente, e estou satisfeito;
ele, a segurar minha mão, me satisfaz completamente.
(Walt Whitman)

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Mesmo minhas alegrias, como são solitárias às vezes. E uma alegria solitária pode se tornar patética. É como ficar com um presente todo embrulhado com papel enfeitado de presente nas mãos - e não ter a quem dizer: tome, é seu, abra-o! Não querendo me ver em situações patéticas e, por uma espécie de contenção, evitando o tom de tragédia, então raramente embrulho com papel de presente os meus sentimentos. (Clarice Lispector)

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

(clique sobre a foto para vê-la ampliada)

Três paixões, simples, mas irresistivelmente fortes, governam minha vida: o desejo imenso de amar, a procura do conhecimento e a insuportável compaixão pelo sofrimento da humanidade. (Bertrand Russel)
É curioso não saber dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo. (Clarice Lispector)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Objeto não identificado
passa perto da Terra
Um objeto espacial não identificado passou ontem de raspão pela Terra. O corpo celeste, com diâmetro entre 10 e 15 metros, voou a 150 mil quilômetros de distância da Terra - um terço da distância até a Lua. Segundo a Nasa, acredita-se que o objeto seja um asteróide minúsculo.
Batizado de 2010 AL 30, o asteróide estaria orbitando em volta do Sol, o que torna pouco provável que seja lixo espacial. Ele chegou ao ponto mais próximo do planeta por volta das 17h24, hora de Brasília.
No fim desta semana, outro asteróide maior deverá passar "perto" da Terra, mas desta vez a uma distância mais segura, de aproximadamente 1 milhão de km.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A ostra pode não ser um modelo de beleza.
Mas é sempre uma esperança de pérola.
(Eno T. Wanke)
Quanto mais nos elevamos, menores
parecemos aos olhos daqueles
que não sabem voar. (Nietzsche)

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Telescópio descobre cinco
planetas fora do Sistema Solar

Novos exoplanetas - na foto, com os tamanhos comparados aos da Terra (1ª, da dir. para esq.) e Júpiter (3º, da dir. para esq.) - seriam quentes para acolher uma forma de vida como concebemos na Terra. Foto: Nasa/Divulgação (clique sobre a imagem para vê-la ampliada)

O telescópio americano Kepler, da Nasa, descobriu cinco exoplanetas - planetas que se localizam fora do Sistema Solar - todos muito quentes para acolher uma forma de vida como concebemos na Terra, anunciaram ontem responsáveis da missão. A sonda foi lançada em março de 2009 com o objetivo de descobrir exoplanetas.
"Estas observações permitem compreender melhor como se formam e evoluem os sistemas planetários a partir dos discos de gás e poeira cósmica para o nascimento das estrelas e de seus planetas", disse William Borucki, do centro de pesquisa Ames, da agência espacial americana, responsável pela equipe científica do Kepler.
"Estas descobertas mostram ainda que os instrumentos funcionam bem e que o Kepler poderá cumprir com seus objetivos", destacou Borucki, por ocasião do 215º congresso da Sociedade de Astronomia americana (AAS), em Washington.