segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Cuidado, lá vem o quero-quero!
Aproveitando a proximidade do Dia da Ave, comemorado em 5 de outubro, e à propósito da postagem anterior, sobre o ataque aéreo de um Quero-quero ao repórter fotográfico Édio Junior (rs), fiz uma rápida pesquisa e quero dividir com você o que aprendi sobre essa ave tão comum em todos os gramados de estádios de futebol do sul e sudeste do Brasil.
Quero-quero (nome científico:Vanellus chilensis)

Eles moram ali. Imagine se uma ou duas vezes por semana sua casa fosse invadida por 22 marmanjos, dois sujeitos de bandeira na mão o e um terceiro com apito na boca? Pior: imagine que esses marmanjos tragam uma ameaça física para a integridade de sua família... Esse é o suplício que o mais constante dos bichos do futebol brasileiro enfrenta a cada rodada. Raro é o gramado brasileiro atual que não abriga uma família de Vanellus chilensis, o popular quero-quero, uma ave territorial e teoricamente simpática. E raro é o jogo em que os pobres bichinhos não corram o risco de serem alvejados por uma bola vadia.
O quero-quero fica em áreas abertas, por isso é comum encontrá-lo em aeroportos, campos de futebol e pistas de corrida. O que acontece é que, de acordo com o período do ano, eles se juntam para o acasalamento e fazem do local seu próprio habitat.. Fazem ninhos, criam filhotes e começam a defender este espaço. Eles não precisam de muita coisa para fazer um ninho - explica o biólogo Fernando Camargo, da Universidade Federal do Paraná.
Como bons pontas, costumam ficar nas extremidades dos gramados, lugares que onde deveriam ter maior tranqüilidade. “Acredito que próximo as bandeirinhas de escanteio e dos gols sejam os lugares preferidos porque têm um pouco mais de privacidade, até mesmo durante as partidas,” diz o biólogo.
Para o também biólogo Leonardo Mohr, do Instituo Chico Mendes, do Ibama, o crescimento das grandes cidades é o fator responsável pela invasão nos estádios. “Quanto mais as cidades crescem, menor é o espaço para as espécies em geral. As aves acabam procurando espaços disponíveis, que muitas vezes têm relação direta com a espécie humana. O quero-quero é um bicho característico de campo aberto e busca ambientes sossegados, como são os estádios de futebol em dias que não tem partida.
Se há registro de “ataques” de jogadores, que atingiram os quero-queros com boladas, não se espante se os bichos derem o troco. Para isso basta que coloquem em risco a integridade física de seus filhotes
O quero-quero é uma ave territorialista e defende de maneira aguerrida seu espaço. Em período de reprodução, o risco de ataque é grande. Eles acham que os humanos são predadores (coitado do meu amigo Édio...rs) e que podem fazer mal à suas crias. Como defesa, eles fazem vôos rasantes para assustar. Mas podem reparar que é comum também se fazerem de coitado, simulam lesões, para que virem o alvo, e não os filhotes - que o diga o meia Da Silva, do Marília, alvo da ira da ave em partida do Marília, no mesmo estádio Bento de Abreu, contra o Noroeste, de Bauru, em 2007, pela Copa Federação Paulista de Futebol. Rendeu até matéria pro Fantástico (hehehe).

(clique sobre as fotos para vê-las ampliadas)
Ave-Símbolo do Rio Grande do Sul, o Quero-quero (Vanellus Chilensis) tem como marca sempre se manifestar quando ter seu território invadido e ser briguenta contra qualquer espécie que o deixe acuado. O apelido "quero-quero" deriva do som de seu canto.

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