sábado, 27 de setembro de 2008


Na volta do Atacama, uma
escala em Isla Negra (rs)

As imagens desta postagem são da casa que, em 1939, o poeta Pablo Neruda comprou em Isla Negra, vila de pescadores próxima a Valparaíso, no Chile, onde viveu com a mulher Mathilde Urrutia até a sua morte, em 1973.


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Isla Negra, na verdade, não é uma ilha, mas o nome de uma pequena vila de pescadores no litoral chileno, às margens do oceano Pacífico, distante pouco mais de 100 quilômetros de Santiago, onde o poeta chegou em 1939, buscando refúgio para escrever seu engajado "Canto Geral". Havia apenas uma pequena casa no terreno de 5 mil metros quadrados, e Neruda foi construindo aos poucos a moradia definitiva, assessorado pelo arquiteto espanhol Germán Rodríguez Arias.

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Nos jardins, com uma privilegiada vista do oceano Pacífico, está a tumba do poeta. Em 1992, dois anos depois da redemocratização do Chile, seus despojos e os de sua última mulher, Matilde Urrutia, foram levados de Santiago até Isla Negra na cerimônia digna que a ditadura havia-lhe furtado 1973. No seu poema "Disposiciones", do "Canto Geral", Neruda externava sua vontade de ser enterrado em Isla Negra. Também tem um campanário e um barco -em que o poeta fazia seus "happy hours", mas sempre em terra, já que confessava ser apenas um "navegante de boca".

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Neruda viveu na casa de Isla Negra até poucos dias antes de morrer, em Santiago, vitimado por um câncer de próstata, em 23 de setembro de 1973, emblematicamente 12 dias depois da subida de Augusto Pinochet ao poder. Depois do golpe, as casas do poeta em Isla Negra e Santiago foram fechadas e saqueadas pelos militares. Diz a lenda que, diante da invasão de Isla Negra, Neruda teria dito aos soldados que sua única arma era a poesia. A Fundação Pablo Neruda obteve o controle do imóvel em 1986, o restaurou e abriu ao público em 1990, coincidentemente, mesmo ano do fim do regime de Pinochet.



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