sexta-feira, 31 de outubro de 2008

O Monge e os Discípulos

Monge e discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas। O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o bichinho na mão. Quando o trazia para fora, o bichinho o picou e, devido à dor, o homem deixou-o cair novamente no rio. Foi então a margem tomou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez a correr pela margem, entrou no rio, colheu o escorpião e o salvou. Voltou o monge e juntou-se aos discípulos na estrada. Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados.
"Mestre, deve estar doendo muito! Porque foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda! Picou a mão que o salvara! Não merecia sua compaixão!"
O monge ouviu tranqüilamente os comentários e respondeu:
"Ele agiu conforme sua natureza, e eu de acordo com a minha."

(clique sobre a imagem para vê-la ampliada)

Pouco importa o julgamento dos outros।Os seres são tão contraditórios que é impossivel atender às suas demandas, satisfazê-los। Tenha em mente simplesmente ser autêntico e verdadeiro। (Dalai Lama)

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Uma antiga lenda indiana diz que um homem achou um ovo de águia e colocou-o no ninho de uma galinha, no quintal. O ovo foi chocado e algum tempo depois uma linda aguiazinha.nasceu junto com uma ninhada de pintinhos e com eles cresceu.
Supondo-se uma galinha, cacarejava e ciscava. Distendia as asas e voava a alguns palmos do chão, como toda boa galinha faz. Ciscava o chão à cata de minhocas e insetos.
Passaram-se os anos e a águia envelheceu. Um dia, viu um soberano pássaro librando-se nos ares, com graça majestática. A velha águia olhava para cima, deslumbrada.
- O que vem a ser aquilo? – perguntou à vizinha.
- É a águia, a rainha das aves – respondeu-lhe a intepelada.
- Não seria maravilhoso se nós pudéssemos fender assim os espaços?
- Nem pense nisso – retrucou a outra. – Você e eu somos galinhas.
A águia nunca mais pensou no assunto. Viveu e morreu ciscando a terra, olhando para baixo, na certeza de que era uma galinha, quando seu destino verdadeiro era o céu.

domingo, 19 de outubro de 2008

Nasa lança sonda para explorar
os confins do sistema solar

Imagem artística divulgada pela Nasa mostra
a Ibex no espaço. Sonda foi lançada hoje
para missão de dois anos (Walt Feimer/AP)
A Nasa lançou neste domingo a sonda Ibex, cuja missão de dois anos tem o objetivo de obter imagens e mapear os misteriosos confins do sistema solar, onde começa, a dezenas de bilhões de quilômetros da Terra, o espaço interestelar. A sonda foi lançada às 15h45 no horário de Brasília, segundo a agência espacial americana.
A Ibex (Interstellar Boundary Explorer) está dotada de instrumentos que a permitirão obter imagens e estabelecer a primeira cartografia dessa vasta zona de turbulências e campos magnéticos mesclados, onde as partículas dos ventos solares quentes se chocam com as partículas interestelares de outras estrelas da Via Láctea.
"As regiões fronteiriças do espaço interestelar são essenciais porque nos protegem da maioria dos raios galácticos mais perigosos", disse David McComas, diretor científico da missão. "Sem a zona, os raios penetrariam na órbita terrestre tornando os vôos orbitais humanos muito mais perigosos", acrescentou.
As únicas informações das quais os cientistas dispõem sobre os confins do sistema solar foram dadas pelas sondas Voyager 1 e Voyager 2, lançadas em 1977 e ainda em operação.
A sonda Ibex foi lançada a bordo de um foguete Pegasus que, por sua vez, foi lançado de um tri-reator Lockheed L-1011 voando a 12 mil metros sobre as Ilhas Marshall no Oceano Pacífico.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Site revela mapa do
controle da mídia no País
A Rede Globo controla quantos canais de televisão? Essa e outras informações podem ser encontradas no site Donos da Mídia (http://www.donosdamidia.com.br/), que disponibiliza a maior base de dados do mercado de comunicação do País.
“Isso sempre foi um arquivo fechado. Os veículos de comunicação não informavam o público sobre o seu próprio mercado”, diz o coordenador do projeto, James Görgen.
Resultado de 20 anos de pesquisa, a divulgação desses números faz parte da terceira fase de um projeto iniciado pelo jornalista Daniel Hertz, morto em maio de 2006. Segundo Görgen, ela só foi possível por causa dos avanços tecnológicos, que permitiram a automatização do banco de dados.
Política e comunicação - Uma das questões levantadas pelo estudo é a participação de políticos como proprietários de veículos de comunicação. Controlando diretamente, existem 271 pessoas com cargos eletivos nessa situação, sendo: 147 prefeitos, 55 deputados estaduais, 48 deputados federais, 20 senadores e um governador.
O site também divide esse número pelos partidos: O DEM possui 58 políticos donos de veículos de comunicação, seguido pelo PMDB, com 48, e PSDB, com 43.
Concentração de mídia - Görgen informa que essas informações são importantes, mas não são as principais do estudo: “o grande problema é a concentração vertical”.
Classificado como “Sistema Central de Mídia”, o controle, direto ou indireto, dos principais veículos de comunicação no País por um pequeno grupo de conglomerados, “se constituiu e se sustenta contrariando os princípios de qualquer sociedade democrática, que tem no pluralismo das fontes de informação um de seus pilares fundamentais”.
“O decreto lei 236 de 1967 determina que uma mesma entidade não pode controlar tantas emissoras. A questão é que entidade, antigamente, era pessoa física. A entidade virou pessoa jurídica e eles controlam por vários nomes diferentes”, avalia Görgen.
A Rede Globo lidera o ranking, com 35 grupos que controlam 340 veículos. O sistema engloba 105 emissoras de TV, 69 veículos próprios, 33 jornais, 52 rádios em AM, 76 em FM e 11 em ondas curtas, além de ser reforçada por 3312 retramissoras.
Ela é seguida pelo SBT, com 205 veículos; Band, com 172; Record, com 163; e pela Empresa Brasil de Comunicação, com 95. “O Governo tinha um aparato de comunicação grande, mas que se tornou visível a partir da unificação”, diz Görgen.
O Donos da Mídia disponibiliza num único endereço informações que são divulgadas pelo Governo e entidades privadas.
O senador e ex-Presidente da República Fernando Collor de Mello, que em 1992 foi afastado do cargo por impeachment, com seus direitos políticos cassados por oito anos e também denunciado pela Procuradoria-Geral da República pelos crimes de formação de quadrilha e de corrupção, é proprietário de quatro veículos de comunicação.
Cassini detecta ciclones
gigantescos em Saturno

Uma das imensas formações registradas pela sonda espacial
nos pólos do segundo maior planeta do Sistema Solar

Gigantescos ciclones foram detectados pela sonda espacial Cassini nos pólos do planeta Saturno, conhecido pelos grandes anéis que o circundam, informaram cientistas da agência espacial americana NASA, explicando em comunicado que essas grandes tempestades têm a mesma característica dos furacões ou tufões que se formam na Terra.
As novas imagens transmitidas pela Cassini identificaram um gigantesco ciclone no pólo norte parecido com um outro ocorrido no pólo sul do segundo maior planeta do Sistema Solar. Segundo os cientistas, o movimento de rotação da tormenta atingiu 530 km/h, velocidade mais de duas vezes superior a dos furacões que assolam a região norte do continente americano ou dos tufões que castigam a Ásia.
Tufões sem oceanos - A existência dos furacões em Saturno deixou intrigados os pesquisadores do Laboratório de Propulsão a Jato (JLP, na sigla em inglês), da Nasa, porque na Terra estes fenômenos extraem sua energia das águas oceânicas quentes. Mesmo não existindo mares para impulsionar o deslocamento polar, as tempestades de Saturno são muito semelhantes às da Terra.
"São ciclones gigantescos, centenas de vezes mais poderosos que os grandes furacões registrados aqui", afirmou Kevin Baines, cientista da Cassini no JPL.
Os pesquisadores especulam que a energia que impulsiona os ciclones do planeta com anéis poderia ter sua origem em enormes tempestades elétricas que ocorrem em nuvens compostas por hidrosulfito de amônio.

Imagem art da sonda Cassini- Huygers sobrevoado Saturno
(clique na foto para vê-la ampliada - belíssima!)
A missão Cassini-Huygens, lançada em 15 de outubro de 1997, é uma parceria entre as agências espaciais americana (Nasa), européia (ESA) e italiana (ASI). A sonda chegou a Saturno em julho de 2004 após uma viagem de sete anos.

sábado, 11 de outubro de 2008

Amor é síntese

Por favor não me analise
Não fique procurando cada ponto fraco meu
Se ninguém resiste a uma análise profunda
Quanto mais eu
Ciumento, exigente, inseguro, carente
Todo cheio de marcas que a vida deixou
Vejo em cada grito de exigência
Um pedido de carência, um pedido de amor
Amor é síntese
É uma integração de dados
Não há que tirar nem pôr
Não me corte em fatias
Ninguém consegue abraçar um pedaço
Me envolva todo em seus braços
E eu serei perfeito amor.

(Mário Quintana)

sexta-feira, 10 de outubro de 2008


Tom Waits, um poeta
dos tempos modernos



A música de Tom Waits, que curto há muito tempo, foge a qualquer tentativa de classificação. Não está presa a um gênero musical determinado. Pode-se facilmente encontrar em seus álbuns Rock, Jazz, Folk, Blues, dentre outros tantos gêneros e estilos musicais. E, no entanto, é inconfundível.
Com seu aspecto tosco, voz roufenha, tom sarcástico e uma legião de fãs ao redor do mundo, o músico, instrumentista, compositor, cantor e ator norte-americano é dono de uma enorme sensibilidade. Um poeta dos tempos modernos.
Uma bela definição acerca de Tom Waits vem de David Shoulberg, ao dizer que ouvi-lo é "como caminhar por uma cidade fantasma", onde "tudo é rangedor e arrepiado", ao mesmo tempo em que tomado por "uma estranha sensação de paz".

Engana-se quem tentar classificar a música de Tom Waits, pois se há toques de poesia beat e protestos sociais misturados a estilos jazzísticos em sua guitarra, ele também é capaz de produzir uma trilha sonora sofisticadíssima, como fez para "O Fundo do Coração" (One From The Heart, 1982), o filme-neon de seu amigo Francis Coppola, que foi um fracasso tão grande no Brasil que apesar da beleza da banda sonora ninguém se animou a editá-la entre nós.
O Fundo do Coração (1982), Vidas sem Rumo (1983), O Selvagem da Motocicleta (1983), Down By Law (1986), Drácula de Bram Stocker (1992), Short Cuts - Cenas de uma Vida (1993) e O Tigre e a Neve (2007) são alguns dos filmes com participação de Tom Waits.

O belíssimo Rain Dog, que eu tava gravando até agora a pouco pros amigos Folster e Haga, é uma mostra do clima noir, angustiante e solitário da poesia marginal de Waits: depois que passa as chuvas, os cachorros vadios saem à rua. Mas todos os odores da madrugada foram lavados pela água, e eles não conseguem mais encontrar o rumo da casa. Dormem então embaixo de qualquer marquise na rua, até serem chutados pelo leiteiro. Dentro deste clima, suas músicas se aprofundam em um universo denso, amargo - altamente pessoal.

Nascido na Califórnia em 1949, Waits acumulou algumas estranhezas que naturalmente se chocam com a linearidade de uma arte adocicada e precária como tem sido, em grande parte, a que nos é contemporânea. Da voz arenosa à inverossímil conjunção de instrumentos musicais, passando pelas personae insólitas de seus versos e a ambição teatral da concepção estética, tudo foi lhe dando um certo distanciamento em relação aos contemporâneos, a ponto de facilmente se esquecer o depurado compositor de canções que ele é.

Concordo com a cantora Cida Moreira, que como eu, nutre uma grande paixão pelo trabalho de Tom, que considera um “cronista da música contemporânea do século XX”.
Por sua brilhante performance, ao lado de André Frateschi, com as músicas de Waits no premiado espetáculo “Canções Para Cortar os Pulsos”, Cida foi recentemente aclamada pelo público, pela imprensa e pela crítica especializada.
"Não há nada parecido com ele e eu canto tudo no original. Sua poesia não comporta tradução", diz ela, obcecada pelo cantor considerado pela crítica internacional como o mais bastardo dos ícones americanos.

Com mais de 30 anos de carreira, Tom Waits é um dos personagens mais interessantes e excêntricos do universo da música pop internacional.

terça-feira, 7 de outubro de 2008


Nós somos visitantes neste planeta. Ficamos aqui por noventa, cem anos no máximo. Durante este tempo, deveríamos tentar fazer alguma coisa boa, fazer algo útil com nossas vidas. Tente estar em paz consigo mesmo, e ajude os outros a compartilhar desta paz. Se você contribuir para a felicidade de outras pessoas, encontrará a verdadeira meta, o verdadeiro sentido da vida. (Dalai Lama)

domingo, 5 de outubro de 2008

Assim caminha
a humanidade
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Assim caminha
a humanidade II
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Assim caminha a
humanidade III
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quarta-feira, 1 de outubro de 2008

“Ciclistas poderiam
eleger um presidente”

O Brasil tem uma frota de cerca de 100 milhões de bicicletas (quatro para cada carro), mas as cidades pouco fazem para dar segurança aos ciclistas ou estimular esse saudável e importante meio de transporte.

Considerando a proximidade das eleições municipais do próximo domingo, o Blog das Ruas convidou o cicloativista André Pasqualini (na foto acima, feita por ele próprio, se "protegendo" da poluição de São Paulo) para falar sobre a utilização das bicicletas nos centros urbanos brasileiros.
Analista de sistemas, Pasqualini, 34, transformou sua paixão por pedalar em ideologia de vida. Desde 2000, mantém o site cicloBR, através do qual articula e informa outros colegas de pedal sobre o que acontece no universo das bikes, com ênfase especial no ciclista urbano.
Há pouco mais de três meses, foi preso pela polícia de São Paulo (e logo depois liberado) numa manifestações em que muitos ciclistas tiraram a roupa para mostrar como “sentiam-se nus” diante dos carros.
“O que mais me choca é a burrice dos nossos governantes, pois ignoram a quantidade de pessoas, eleitores, que usam a bicicleta, sabendo a ninharia que eles gastariam para preparar uma infra-estrutura que estimule as pessoas a andarem de bicicleta. Preferem continuar estimulando as pessoas a comprarem carros, degradando as cidades, gastando bilhões devido ao aumento de acidentes, com os problemas gerados pela poluição e por aí vai.
Na entrevista ao Blog das Ruas, André fala sobre o universo dos ciclistas urbanos, sugere medidas para o poder público incentivar o uso da bicicleta e comenta como as campanhas municipais têm utilizado o tema.
Se você adora bike como eu, não deixe de ler na íntegra a entrevista na qual André fala sobre o universo dos ciclistas urbanos, sugere medidas para o poder público incentivar o uso da bicicleta e comenta como as campanhas municipais têm utilizado o tema.
Confira uma das respostas do ativista ao Blog das Ruas:
Pergunta - Você tem contatos com muitos ciclistas pelo Brasil. Qual seria o cenário hoje do uso das bicicletas nos centros urbanos brasileiros?
André Pasqualini - Segundo números da Abradib, em 2006 a frota de bicicletas era de 75 milhões. Isso números da indústria, sem contar as bicicletas feitas artesanalmente ou em pequenas fábricas. Facilmente devemos ter no Brasil algo como 100 milhões de bicicletas contra uma frota de 25 milhões de carros.
Cerca de 70% das bicicletas brasileiras são usadas como meio de transporte, ou seja, só com os ciclistas daria para eleger um presidente da República. Mas no Brasil, a maior parte dos investimentos viários visa beneficiar o deslocamento individual motorizado, colocando em segundo plano (quando não ignoram) ciclistas, pedestres e usuários de transporte público. Mas o ativismo (ou cicloativismo) vem crescendo no país inteiro e ele acaba trazendo frutos para que haja uma mudança cultural que irá influenciar nossos futuros governantes. Tudo ainda é muito tímido, mas sinto que a mudança será inevitável”.
"Uma simples mudança de prioridades, colocando o carro em último e, em primeiro, o pedestre e a bicicleta, além do usuário de transporte público, seria o suficiente para melhorar de imediato a qualidade de vida das pessoas”, diz o cicloativista André Pasqualini em entrevista ao Blog das Ruas (iurirubim.blog.terra.com.br)