sábado, 28 de março de 2009

Para Israel, uso de bomba de
fósforo não é crime de guerra

Em contato com a pele, a substância provoca profundas
queimaduras e pode causar danos irreparáveis
ao fígado, rins e coração, levando à morte.
O Exército de Israel negou ontem que as munições com fósforo branco, usadas pelas Forças Armadas na recente ofensiva contra a Faixa de Gaza, constitua um crime de guerra, como afirma a organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch.
"Com base nos dados obtidos até agora, é possível concluir que o Exército israelense utilizou obuses fumígenos de acordo com a lei internacional", afirma um comunicado militar. "Estes obuses foram usados para responder apenas às necessidades operacionais específicas conforme o direito internacional. As afirmações de que estes obuses foram utilizados de forma indiscriminada ou para ameaçar a população civil não têm fundamento", completa a nota.
A Human Rights Watch, que tem sede em Nova York, afirma em um relatório que os bombardeios de Israel com munições que continham fósforo branco sobre zonas densamente povoadas de Gaza, durante a operação de 27 de dezembro a 18 de janeiro, poderiam ser consideradas crimes de guerra.
As munições com fósforo branco, que acende em contato com o oxigênio e queima em temperatura muito elevada, não são proibidas por nenhum tratado internacional. Mas o uso está regulamentado pelo protocolo III da Convenção de Armas Clássicas de 1980 "sobre a proibição ou limitação de armas incendiárias", ao qual Israel não aderiu.
"O Exército israelense disparou reiteradamente munições com fósforo branco sobre zonas povoadas, matando e ferindo civis e danificando infraestruturas civis, incluindo uma escola, um mercado, um depósito de armazenamento de ajuda humanitária e um hospital", afirmou a ONG Human Rights Watch.

A ONG Human Rights Watch (HRW) HRW recolheu mais de 20 resíduos de bombas de fósforo branco de 155 milímetros - todas produzidas nos Estados Unidos - em ruas residenciais, telhados de casas, uma escola da ONU, um hospital, um mercado e outras instalações civis.

Crianças, que compõem mais da metade da população de 1,5 milhão de pessoas da Faixa de Gaza, são as vítimas mais indefesas da guerra entre Israel e o Hamas. O Exército de Israel vem usando força sem precedente em sua campanha contra os militantes do Hamas, que por sua vez têm buscado abrigo entre civis.

Segundo a ONU, entre 27 de dezembro e 18 de janeiro, em três semanas de confrontos na Faixa de Gaza, com o objetivo oficial de acabar com os disparos de foguetes contra o sul de Israel por grupos palestinos, em especial o Hamas, morreram 1.330 palestinos e 13 israelenses. 257 crianças foram mortas e 1.080 ficaram feridas.

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