sábado, 28 de novembro de 2009

Reduzir consumo de
carne melhora saúde
das pessoas e da Terra

Reduzir o consumo e a produção de carne em 30% ajudaria a reduzir as emissões de carbono na atmosfera e a melhorar a saúde das pessoas, afirmam cientistas em estudo publicado na revista médica The Lancet.
Pesquisadores britânicos e australianos descobriram que melhorar a eficiência, aumentar a captura de carbono e reduzir a dependência de combustíveis fósseis na agricultura não será suficiente para cumprir as metas de redução na emissão de CO2.
Mas combinar essas medidas com uma redução de 30% no rebanho dos principais países produtores de carne e um corte similar no consumo de carne levaria a benefícios substanciais à saúde da população e à diminuição das emissões de gases-estufa.

Segundo a agência Reuters, para mim uma das três melhores e de maior credibilidade do planeta, o estudo descobriu que na Grã-Bretanha um consumo 30% menor de gordura saturada de fonte animal por adultos reduziria o número de mortes prematuras decorrentes de doença cardíaca em cerca de 17% - o equivalente a 18 mil mortes prematuras evitadas em um ano. Em São Paulo, isso significaria até mil mortes prematuras evitadas no mesmo período.

De acordo com a agência das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação, 18% de todas as emissões de gases-estufa são oriundas da produção de carne. Os especialistas afirmam que a demanda crescente pelo produto, principalmente nos países com economias em ascensão, poderia elevar o rebanho mundial em 85% até 2030.

Gado agrava mais aquecimento
da Terra que carros, diz ONU

Consumir carne é um dos principais

responsáveis pelo aquecimento global

O metano, gás do efeito estufa, responde por um terço do aquecimento do planeta. A sua capacidade de reter calor na atmosfera é 23 vezes maior que a do gás carbônico. Cerca de 28% das emissões mundiais desse gás vêm da pecuária. O gado envia milhões de toneladas anuais de metano para a atmosfera (ruminação, fermentação intestinal, esterco). O metano permanece ativo na atmosfera por 12 anos.
A pecuária agrava mais o efeito estufa do que o setor de transportes, com um impacto nocivo na natureza. O cálculo não vem dos ambientalistas mas do relatório A grande sombra do gado, da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), segundo o qual os gases emitidos pelos excrementos e a flatulência, pelo desmatamento para formar pasto e na geração de energia gasta na administração do gado respondem por 28% dos gases-estufa emitidos anualmente no mundo.

O documento da FAO tem mais de 400 páginas e aborda não apenas o impacto da atividade no efeito estufa. Fala também da poluição da água e o encolhimento de florestas, com a respectiva perda de biodiversidade, para ampliar a pecuária. Na Amazônia, 70% do que foi desmatado até hoje teve esse fim.

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